É notório que o Brasil não está economicamente
entre as grandes potências mundiais, mas atualmente tem vivido o paradoxo de
estar entre os países subdesenvolvidos que mais tem atraído o movimento
imigratório e tudo isso demonstra que a crise mundial já escorou seus braços na
porta do desenvolvimento e que para outras nações, ainda mais frágeis, esse
recanto tupiniquim é um verdadeiro paraíso.
Além dos
irmãos sul-americanos: paraguaios, uruguaios, bolivianos e argentinos, os
haitianos também estão se aventurando nesta jornada, em busca de condições
melhores para adquirir a sobrevivência, vez que a escassez tem se alastrado em
seus territórios. Outro atrativo é a convivência pacífica entre os brasileiros,
possuidores de hospitalidade, generosidade e espírito de mansidão, capaz de
aceitar as inúmeras afrontas do governo, com suas corrupções desenfreadas e
permanecer com o sorriso amarelo estampado no rosto calejado pelo sofrimento e
ainda festejar o carnaval até o nascer da quarta-feira de cinzas. Também não há
como deixar pelas tabelas, o clima tropical e sua paisagem estonteante,
evidenciando que a generosidade do Criador foi ao extremo por essas bandas,
despertando os olhos curiosos e cobiçosos de muita gente.
A diversidade
cultural existente no país também é um ímã que continua atraindo, cada vez mais
e, de forma acentuada, a atenção de forasteiros para o campo das artes. O
samba, a bossa-nova e o chorinho, por exemplo, são provas desse amor bastardo,
refletindo no exterior como uma vitrina de talentos inquestionáveis. Essas
matizes se estendem por outras ramificações culturais, abrangendo toda a
riqueza do regionalismo, de uma ponta à outra do mapa. No campo da literatura
não é diferente, esse arco-íris mantém suas cores vibrantes como pano de fundo
da pátria brasileira, hasteada juntamente com a bandeira nacional, tão garbosa
quanto os versos de Drummond ou a prosa de Guimarães Rosa.
Os
versos do poeta, Vitor Martins, interpretados na canção “Meu país”, de Ivan
Lins, evidenciam toda a análise dissertativa e avalizam essa contemplação:
“Aqui é o meu país, dos sonhos sem cabimento; Aqui sou um "passarim",
que as penas estão por dentro, por isso aprendi a cantar, voar, voar, voar. Me
diz como ser feliz em outro lugar?”.
Os
imigrantes sabem muito bem que a resposta está neste chão.
Me diz como ser feliz em outro lugar?
ResponderExcluirGostei muito do texto, apesar de eu não saber muito sobre muitos assuntos.