A força do nordestino é um dom peculiar ofertado por Deus para que os obstáculos (que não são poucos) sejam ultrapassados. O bom humor, a criatividade e a ousadia são algumas da armas fundamentais para se alcançar a vitória. Como explicar essa vitalidade, capaz de suportar os inúmeros flagelos que assolam a região do cangaço? Seca, miséria extrema, educação escassa, falta de oportunidades, preconceitos, empregos mal remunerados, desequilíbrio econômico etc. São apenas alguns exemplos de adversidades que se alastram entre essa gente, no entanto, é dessa região tão precária que surge boa parte da cultura nacional consistente. Luiz Gonzaga, por exemplo, exímio compositor pernambucano, tornou-se um pilar da história da música brasileira, revolucionando o baião, um ritmo nordestino que assumiu proporções jamais imaginadas; Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré, poeta e compositor cearense, analfabeto, sem jamais ter aperfeiçoado suas técnicas lit
abstrações, devaneios, vestígios de som, respingos de arte, fé e vida que vazam pelas frestas da alma