Lá pras bandas do Miranda Apoitado na toca da onça Ele passou por mim Entanguido que só Lembrei-me. Desfilou todo entojado Tocando Miles e Morgan O resto dos peixes Embalados pelas ondas do momento Não davam nem as horas. - Num canta não, nojento? - desdenhava a piraputanga - Larga essa corneta, malassombro! – pilheirava o pacu Até cascudo tirava uma casquinha do pobre Assuntei bem a lição. Eita bicho medonho O tal do bagre Pode estar entocado em seu isolamento Solitário e escarnecido Mas sobrevive a todo instante Desacata o tempo Desmente a lua E segue seus lamentos Sem saber que cá do barco Eu embagrecia, todo vaidoso Enquanto as águas, como espelhos Refletiam minha vida Escorrendo rio abaixo.
abstrações, devaneios, vestígios de som, respingos de arte, fé e vida que vazam pelas frestas da alma