Pular para o conteúdo principal

Felisbela

Feliz é a alma daquele que viveu 

permeado de amor

Bela é a revoada dos tios e primos

Que se alvoroçavam 

naquela mangueira

e ainda se aninham

empoleiradas nas minhas retinas

tão cheias de saudade


Feliz era o momento em que ouvia 

o assoviar improvisado de meu avô 

Bela performance 

compondo sons inusitados

que ainda reverberam na alma

carente de sua presença 


Feliz era ouvir aquela doce voz

Bela e quase que inaudível 

para receber os mimos 

de suas mãos repletas de ternura


Feliz era a mesa sempre farta 

Bela refeição jamais esquecida

ainda posta e convidativa

para saciar minhas memórias 


Feliz era esta casa encantada

Bela construção 

adornada de lembranças 

interligando três vias

rua Machado de Assis à

Avenida Belo Horizonte

em confluência às veias do coração


Feliz, sempre presente

Bela, nunca esquecida

Felisbela

Minha avó querida!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MATANDO O FRANGO

     O Criador absoluto de todas as coisas, em sua infinita misericórdia, resolveu se revelar ao homem através da morte e ressurreição do seu filho amado, Jesus Cristo, bem como manifestando a sua vontade evidenciada na Bíblia, mas também tem usado homens e mulheres como canais de bênçãos sobre a terra.  Assim ele o fez quando permitiu que alguém me trouxesse uma realidade tão evidente, porém em uma frase aparentemente tosca e rudimentar: “Você precisa matar o frango”. Tal expressão ficou martelando meus neurônios durante dias e a compreensão exata dessa comparação trouxe um ensinamento valioso que precisa ser colocado em prática, mas não é tão simples assim.       No Evangelho de João, capítulo 3, versículo 3, há um processo que desencadeia a libertação, isso acontece quando alguém entende que está terminantemente perdido, enlaçado nas tramas do pecado, gerando arrependimento por tais práticas, trazendo o entendimento...

Policarpo

     Hoje o Policarpo me deu o ar de sua graça, mas de seu xará literário, o Quaresma, não tem nada de quixotesco, ostenta apenas o ofício de ceder sua monta. O baita reconheceu logo minha hesitação em desconfiar de sua submissão, mesmo assim apenas murchou as orelhas pardas e partiu a dividir comigo seu mundo.      Marcelo, Ilto e Almiro iam troteando à frente; e enquanto meu companheiro cumpria sua tarefa árdua naquelas veredas, estupefato o admirava pela resiliência em suportar o montador e as pedras que fustigavam seus cascos. Na sela não iam apenas o peso do corpo, as lembranças de meu pai, a saudade de minha mãe, mescladas à alegria de contemplar todo cenário que guarneceria minha família, vinham na garupa, mas o animal não reclamava, seguia firme sua jornada.      No trajeto de volta, em meio à chuva que regia a estreia da aventura, já acostumado com a lida, abocanhou a forrageira, ouviu minhas orações e pareceu ter compreendido o tal ...

A VOZ DO POVO NUNCA FOI A VOZ DE DEUS

     Quem quer que tenha sido o autor desse ditado: “A voz do povo é a voz de Deus”, foi muito infeliz e imaturo, além de pintar a imagem de uma pobre soberania divina, pois se esqueceu de desvinculá-lo do âmbito cultural.      É bem verdade que o povo clama por justiça, respeito, dignidade, fraternidade, paz, amor, termos estes que fazem parte da essência de Deus, de Seu caráter santo, mas quando o assunto é arte, destoa de tal afirmação. O Criador de todas as coisas também é o distribuidor de dons e talentos, tendo presenteado os seres humanos com inúmeras capacidades intelectuais ao longo de toda a evolução histórica: Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), por exemplo, o genial compositor austríaco, com seu poderoso talento e expressão versátil, um verdadeiro prodígio, iniciando sua carreira de pianista aos quatro anos de idade e aos seis, realizando sua primeira turnê pela Europa, sendo admirado e aplaudido por todas as classes sociais, foi agra...