Pular para o conteúdo principal

Alicerçado na vida

     Em 31 de outubro de 1517, as 95 teses de Martinho Lutero enraizaram-se no coração daqueles que, iluminados pelo divino, compreendiam a necessidade de pisarmos firmes no solo da Reforma Protestante. Na verdade, suas ideias já fervilhavam dentro de muita gente oprimida pelas falácias e abusos romanos e com sua corajosa manifestação fez com que a erupção jorrasse as lavas da esperança.

     As "solas" do latim, que em língua portuguesa intensificam o exclusivismo doutrinário saudável, ganharam força e nos libertaram dos tempos tenebrosos de escuridão. "Somente as Escrituras" merecem crédito, não há nenhum acréscimo a fazer, pois em seu bojo estão contidas a essência da vida; "Somente Cristo", o único caminho que pode nos conduzir à salvação; "Somente a graça", desbancando toda audácia meritocrática do homem, reconduzindo-o ao pó da insignificância e enaltecendo o dom gratuito que vem dos céus; "Somente a fé", o meio pelo qual realiza-se a perfeita justiça; "Somente a Deus toda honra e glória", vez que o eterno reinado não pode ser dividido com ninguém e Sua soberania permanece intacta em seu trono.

     Salomão, em seus ensinamentos eclesiásticos já vislumbrava essas verdades: "Porque na muita sabedoria, há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor". Continuamos na mesma toada de sua descoberta: a vaidade. Sofremos por enxergar a realidade estampada em nossa frente e sendo negligenciada pelos olhos embaçados dos que não a compreendem, assim como padecemos todas as vezes em que ousamos nos apegar à tolice do efêmero.

     Essas verdades benditas mantém meus passos firmes, sem perder de vista os braços da eternidade que me aguardam para celebrar a vitória.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MATANDO O FRANGO

     O Criador absoluto de todas as coisas, em sua infinita misericórdia, resolveu se revelar ao homem através da morte e ressurreição do seu filho amado, Jesus Cristo, bem como manifestando a sua vontade evidenciada na Bíblia, mas também tem usado homens e mulheres como canais de bênçãos sobre a terra.  Assim ele o fez quando permitiu que alguém me trouxesse uma realidade tão evidente, porém em uma frase aparentemente tosca e rudimentar: “Você precisa matar o frango”. Tal expressão ficou martelando meus neurônios durante dias e a compreensão exata dessa comparação trouxe um ensinamento valioso que precisa ser colocado em prática, mas não é tão simples assim.       No Evangelho de João, capítulo 3, versículo 3, há um processo que desencadeia a libertação, isso acontece quando alguém entende que está terminantemente perdido, enlaçado nas tramas do pecado, gerando arrependimento por tais práticas, trazendo o entendimento sobre a aceitação da pessoa de Jesus Cristo como libertador de sua

EMBAGRECIDO

Lá pras bandas do Miranda Apoitado na toca da onça Ele passou por mim Entanguido que só Lembrei-me. Desfilou todo entojado Tocando Miles e Morgan O resto dos peixes Embalados pelas ondas do momento Não davam nem as horas. - Num canta não, nojento?   - desdenhava a piraputanga - Larga essa corneta, malassombro! – pilheirava o pacu Até cascudo tirava uma casquinha do pobre Assuntei bem a lição. Eita bicho medonho O tal do bagre Pode estar entocado em seu isolamento Solitário e escarnecido Mas sobrevive a todo instante Desacata o tempo Desmente a lua E segue seus lamentos Sem saber que cá do barco Eu embagrecia, todo vaidoso Enquanto as águas, como espelhos Refletiam minha vida Escorrendo rio abaixo.

Excelso

     Entre uma aula e outra, numa rápida conversa entre professores, a vida me posicionou na carteira de aprendizado e, como aluno, absorvi a lição de casa:      - Meu filho já tem quase dois anos e até hoje dorme em nossa cama – disse um deles, confirmando a tal decisão do casal.        O outro sapecou à queima roupa um tiro certeiro em meu coração:        - O meu dormiu comigo até os sete anos. A Psicologia que se dane, amar demais nunca fez mal a ninguém!      Um átimo de lucidez acertou-me em cheio e o turbilhão de informações tirou-me de cena. Vislumbrei minha mãe em seus benditos excessos: os olhos contemplativos na estrada não cessavam de me esperar e o sono já se esvaía porque o amor protagonizava o momento do reencontro; as preocupações constantes eram despejadas em mim, sem tréguas, avolumadas de um sentimento que me acompanhavam como sombra.      De repente, o primeiro sorriso de minha filha, Clara, aos 2 meses de idade, encurralou-me e atônito não hesitei em crer