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Só de butuca!

   Como pode tamanha grandeza ser enclausurada nos templos ou em rótulos que manipulam a manifestação de Tua presença? Tu que és o Criador estás sujeito aos caprichos de tuas criaturas? Precisas registrar Tua chegada quando passas pelo livro ponto dos homens? Qual o motivo desse estica x encolhe, a fim de darem o veredito sobre Tua permanência? Por que muitos insistem em dizer que o Senhor não existe ou é invisível, se Te encontras sempre comigo?
    Nos momentos de deleite, debruçado sobre a literatura, Tu ali estás; quando as dissonâncias jazzísticas penetram a audição, acaricias minha alma e dizes, sorrindo: "Também estou aqui, filho!"; no abraço ou choro incontido de um amigo, me aqueces o peito e traduzes tudo em canção, que ecoa convidativo: "Afaga-me, parceiro!"; no olhar amoroso de minha mãe, quantas vezes repousei em Teu colo! Nas quatro paredes, nos momentos de delírio entre os lençóis, quantas vezes vislumbrei Tua ternura estampada nos sussurros da minha amada! Tua nobreza encarnada de vermelho desfila por onde passo e os verbetes de Teu dicionário santificam o que a humanidade designa de profano.
    Tu me dizes o mesmo que disseste a Moisés, registrado em Êxodo 33:22: "E acontecerá que, quando a minha glória passar, te porei numa fenda da penha e te cobrirei com a minha mão, até que eu haja passado".
       Nas trilhas da vida, permaceço na greta, contemplando a majestade da Tua bondade e quanto mais te aprecio, mais Tua graça arromba minhas retinas!

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